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Tecnologia de ponta chega ao pequeno produtor rural atendido pelo Leite Forte

SAM_0728Aumento da produção e diminuição de custos são alguns resultados da inseminação artificial aplicada à pecuária leiteira. Em busca do desenvolvimento contínuo do pequeno produtor rural, o Projeto Leite Forte contemplou 130 pecuaristas da Região Central do Mato Grosso do Sul com dez procedimentos de inseminação para cada propriedade, num total que chega a 1300 inseminações.

Desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em parceria com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul e o Instituto BioSistêmico (IBS), o Leite Forte inicia essa etapa inédita que alia tecnologia de ponta ao trabalho que já vem sendo desenvolvido para melhorar a qualidade e a produtividade na pecuária leiteira no Estado.

Os produtores contemplados foram selecionados a partir da análise das condições de cada propriedade. As informações foram colhidas durante o ano de 2012 e nos últimos meses deste ano. Com isso, foi feita uma estratificação entre os 470 produtores atendidos pelo projeto, levando em conta as tecnologias disponíveis dessas propriedades.

“Nossa vontade é beneficiar todos no projeto, mas, neste primeiro momento, foi necessário priorizar aqueles que apresentaram as melhores condições para receber as inseminações”, explicou o coordenador do projeto, Daniel Rodrigues Delefine.

De acordo com ele, uma nova classificação está prevista para maio do ano que vem e os produtores, que não foram contemplados desta vez, poderão ser classificados. “Isso vai depender de como cada produtor corresponde às recomendações dadas pelos consultores do IBS, com a apresentação de novos resultados”, ressalta.

IATF

O procedimento adotado é o de Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF), por meio do qual as vacas recebem uma dose de hormônios dez dias antes de serem inseminadas. A inseminação é realizada com dia e hora marcados, com o objetivo de alcançar o melhor momento da ovulação.

Para isso, são escolhidas as vacas em bom estado corporal e que não estão gestantes. “Dessa maneira, melhoramos os índices reprodutivos, fazendo com que animais que estavam em anestro passem a ter ciclos estrais regulares, pois estas vacas recebem dosagens corretas de hormônios”, ressalta Daniel Delefine.

Segundo o coordenador do Projeto Leite Forte, outra vantagem é a diminuição de custos, pois são necessários menos touros na propriedade, o que diminui custos com comida, sal mineral, vacinas, vermífugos, medicamentos, entre outros.

As inseminações estão sendo feitas em duas etapas, cada uma com a realização de cinco procedimentos por vez. Essa é uma maneira de equalizar a produção. “Se as inseminações fossem feitas todas de uma vez, as vacas iriam parir todas de uma vez e deixariam de produzir leite também na mesma época”, explica Delefine.

Beneficiados

Elias de Souza Rezende: “Fiquei muito feliz por receber as inseminações. Sinal de que estamos no caminho certo”.

Elias Rezende começou a investir em inseminação há um ano, apostando no melhorando genético.

O produtor Elias de Souza Rezende, da Fazenda Três Irmãos em Rochedo, foi um dos beneficiados com as inseminações. Há 16 anos, ele atua na pecuária leiteira e começou a investir na inseminação há cerca de um ano. “Esse é o jeito mais certo de melhorar a qualidade do gado para o leite, pois existe a garantia da procedência do touro. Fiquei muito feliz por receber as inseminações. Sinal de que estamos no caminho certo”, afirma o produtor.

Há dois anos no Projeto Leite Forte, Elias vem aprimorando as técnicas de criação de gado leiteiro, trilhando rumos bem diferentes do avô e do pai dele, que também viviam do leite na mesma propriedade. “A diferença é que, na época deles, uma vaca de três litros era considerada boa de leite e o gado vivia largado no pasto, pois não havia planejamento algum. Hoje, eu vejo que, com o manejo adequado e planejamento, é possível alcançar bons resultados”, observa.

Outro contemplado com as inseminações foi o produtor Valdir Carvalho Barbosa, do Assentamento São Pedro em Sidrolândia. Quando ele começou a ser atendido pelo Leite Forte, há dois anos, tirava cerca de 460 litros de leite de 23 vacas. Depois que começou a colocar em prática as orientações dos consultores do IBS, a produção subiu para 650 litros por dia.

“Tudo melhorou na nossa propriedade. As condições de higiene, a alimentação para as vacas, passamos a controlar a qualidade do leite que produzimos”, assegura o produtor. Ele se orgulha dos resultados que vem alcançando com planejamento e disciplina.

Para Valdir, as inseminações irão complementar o círculo virtuoso estabelecido na propriedade dele. “A gente melhora a genética das vacas, cuida da alimentação e da saúde delas e a produção responde bem. Hoje, minhas vacas dão pelo menos uns 27 litros por dia, cada uma. Minha dedicação é para melhorar a produtividade e a qualidade, cada vez mais”, diz.

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