Dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - mostram que o estado do Mato Grosso do Sul é o 12° colocado no Brasil em produção de leite, com uma média equivalente a 2,8 kg/vaca/dia. O sistema cooperativista no estado é o responsável por 56,8% do leite captado atualmente. São pequenas propriedades familiares, que muitas vezes não conquistaram resultados econômicos satisfatórios, um desafio para os profissionais do Instituto Biosistêmico (IBS). O IBS atua no estado com grupos de produtores, promovendo o desenvolvimento humano e a organização produtiva. Para o agrônomo e psicodramatista do IBS, Manoel de Matos, a atividade leiteira em si é bastante complexa, mas existem questões organizacionais, que se levadas em consideração, podem alavancar resultados e principalmente a compreensão sobre a essência da cooperação.
Grupos mais cooperativos - O profissional do IBS explica que a cooperação é base estrutural para o sucesso dos projetos, mas ela não deve acontecer de forma imposta, como obrigação. "O espírito cooperativo surge quando aprendemos a olhar para a nossa própria individualidade", explica o consultor que organiza encontros com grupos de produtores em sete municípios do estado do MS.
De acordo com o "Plano de Desenvolvimento de Grupos de Produtores" desenvolvido por Matos, o trabalho de grupo que o IBS propõe valoriza e respeita as singularidades de cada um. "A partir do aflorar dessa percepção, os próprios produtores começam a se sentir capazes e fortalecidos, promovendo o senso coletivo", continua Matos. "A gente tinha noção de que comunidade é uma coisa complicada. Com esse grupo, vemos que é uma coisa fácil de trabalhar", declarou em entrevista ao consultor, o produtor Pedro Caxambu de Souza, assentado e produtor de leite no assentamento Alambari FAF, município de Sidrolândia/MS (foto). O produtor participou da atividade sobre desenvolvimento humano em em seu grupo, com outros oito pequenos produtores rurais.
Histórico - Desde o ano passado o Instituto Biosistêmico (IBS) atua no estado juntamente com o Sebrae-MS que em parceria com a SEPROTUR- Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, vem promovendo o desenvolvimento sustentável da cadeia leiteira em oito municípios do MS. São oferecidas também visitas técnicas, acompanhadas dos laboratórios móveis 'Vaca Móvel', 'Rufião' e 'Agro Móvel que atendem uma média de 500 pequenos e médios produtores de leite por meio do programa Sebraetec de inovação tecnológica. |
O contrato de trabalho do Instituto Biosistêmico (IBS) com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) foi renovado para até 2014 nos assentamentos rurais nas regiões de Araraquara, São Paulo (Vale do Paraíba), Registro (Vale do Ribeira) e Promissão no estado de São Paulo. O trabalho de quase um ano nos assentamentos do estado foi avaliado pelos assentados de forma positiva. E os técnicos em assistência técnica e extensão rural passaram por curso de autoavaliação e replanejamento para os próximos meses.
Estão sendo replanejados o trabalho de ATER que basicamente consiste em encaminhamentos para liberação, acompanhamento e aplicação de créditos para melhorar a produção ou para a habitação rural. Os técnicos também encaminham questões de fundo social e de assistência técnica para a produção e comercialização de alimentos. "Para nós é novo atuar com a reforma agrária, queremos tirar aprendizados para ajustes futuros com a ATER junto ao INCRA, como por exemplo, maior atenção com as questões ambientais ou planos para comercialização", afirmou aos assentados e técnicos, Cláudio Pinheiro, engenheiro agrônomo do INCRA/IBS, coordenador dos trabalhos de ATER.
O IBS atendeu a proposta de prestação de serviços de ATER junto ao INCRA por meio de Chamada Pública para projetos de assentamento de reforma agrária (Lei 8.666/1993 e Lei 12.188/2010 de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). |